sábado, 4 de julho de 2015

A história das sociedades africanas de 1500-1800

Caro leitor, 
O que você me diria sobre o continente africano? Você pensa como a maioria das pessoas?   
     Na maioria das vezes quando falamos sobre  ''África", logo nos vem à cabeça  o que a mídia expõe, a pobreza, guerras civis e escravidão. Entretanto,o que nos leva a pensarmos  desta maneira ? Você conhece sobre a situação das sociedades africanas  antes , durante e após a escravidão, o tráfico de escravos e outros reflexos dessa época?  E  como elas viviam ou praticavam suas culturas? 
    Se não, nós do blog ''História em Movimento'' lhe convidamos, através desta postagem, a conhecer um pouco da sociedade africana no período de 1500 à 1800. 

Antes da sua colonização existiam apenas algumas sociedades tribais. Em 1500,  a África já tinha sido colonizada por alguns países europeus -  Holanda , França e Portugal - todos com o intuito de explorar, principalmente matérias primas, como por exemplo o ferro, o cobre e o chumbo , além de produtos agrícolas como o algodão.  A economia  neste período  era voltada exclusivamente ao meio agrícola, caracterizado pelo plantation.
Estes três séculos foram caracterizados pela formação socioeconômica do continente africano. Em 1500, a África quase não apresentava contato com o mundo, sua única relação era com alguns países europeus. Já em 1800 apresentava rotas comerciais que ligavam a Europa à America e à Ásia. Tudo isso se deu devido a essa vinda de colonos Portugueses , Holandeses , Franceses - inclusive de outras sociedades europeias- para o continente. Além de modificarem a economia e sua participação no mundo, esses países influenciaram também no modo de vida da sociedade africana.


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Queremos que vocês, leitores ,saibam que muitos países, devido ao contato com esse continente, tiveram influência da cultura africana, assim como muitos também influenciaram na cultura desse continente, devido a  sua colonização. Um exemplo bom a ser citado, é a introdução de novas culturas de alimentos no continente, que fez com que a resistência física dos africanos melhorasse, levando também a um crescimento populacional, contrapondo-se a situação anterior de morte e desnutrição em massa, provocada pela má ou falta de alimentação. Essa nova forma utilizada na produção de alimentos, mudou também o modo dos africanos com seu ambiente e  intensificou  a escravidão doméstica pois com o comércio foi criado uma nova divisão do trabalho , as tarefas agrícolas passaram a ser confiadas ás mulheres e dos escravos, (já que essas foram abandonadas pelos homens).
A  sociedade africana  também era acometida significativamente pelas condições climáticas, principalmente nos graves  períodos de seca, o que levava a redução da produção de alimentos e consequentemente a fome. Tentando reduzir esse problema, o povo desenvolveu técnicas de uso do solo que favoreceram a produção de alimentos e acarretou numa melhor distribuição destes, contornando razoavelmente a fome e favorecendo o crescimento populacional.
Vocês devem estar se perguntando: se ouve grande interferência na cultura, como ficou a religião? 
Bom, a África   também sofreu influência de outros países nessa parte, como por exemplo o cristianismo, introduzido através de holandeses e portugueses. Com isso surgiu uma nova religião ,o islamismo, que se intensificou  no continente e que teve papel importante  em algumas regiões africanas. Além dessas religiões, passaram a existir outras, também  independentes, como o Antonianismo, uma espécie de cristianismo reformado que rejeitava os missionários e os brancos.
Enfim , podemos perceber que devido a invasão de seu território a África possui  uma identidade que podemos dizer que  não é fácil  de compreender, pois sofreu uma profunda aculturação. A maneira de  como pensamos sobre ela  em relação ao tráfico negreiro está ligada mais ao preconceito ,pois a escravidão esta no passado de várias sociedades  antigas e o tráfico intercontinental de escravos  apenas levou os africanos a travarem revoltas pela libertação dos  negros do mundo inteiro.
Então, Queridos leitores, podemos ver que África é um continente com uma sociedade riquíssima, que assim como todos os outros lutou pelos seus direitos. Olhem, conseguimos conhecer  mais a África, espero que tenham gostado, e que levem esses ensinamentos para a vida. Lembrando que viajar no tempo é sempre bom, e nada melhor que a história para nos ajudar.
Beijinhos, meus Queridos leitores ♥

 ''Assim como todo filho deve respeito a sua mãe todo mundo deve respeito a África''. 
























Referência bibliográfica:

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Revolução Francesa como uma inspiração

Você já parou para pensar como seria se nenhuma pessoa tivesse seus direitos como seres humanos? Pois bem, existe um marco na história mundial que caracteriza bastante este olhar, a qual lutava por melhorias para a população que não tinham direito a nada: A Revolução Francesa.


Na França do século XVIII, a população era dividida em três estados, o primeiro estado era destinado ao clero, o segundo à nobreza e o terceiro à burguesia em geral (banqueiros, profissionais liberais, artesãos e comerciantes, entre outros), camponeses e os sans culotes (trabalhadores urbanos das fábricas.). Os favoráveis eram o primeiro e o segundo estado, os quais não pagavam impostos. Já a maioria do terceiro estado, vivia em grande miséria, ainda tendo que pagar impostos, bancando o clero e a nobreza com seus luxos, além disso, eles não tinham o direito de opinar na política, pois a única forma de poder era o absolutismo. A burguesia, cansada de não ser ouvida, junto com os demais do terceiro estado, se revoltaram e o principal alvo foi a queda da bastilha, a qual representava o poder da monarquia, já que era o local onde ficavam os prisioneiros, marcando assim o início do processo revolucionário, mostrando seus principais interesses: Liberdade, igualdade e fraternidade. O rei, para tentar reverter essa situação, acabou com o poder que tinham o primeiro e segundo estado, com a finalidade de acalmar o povo. Assim, a assembleia nacional constituinte declarou os direitos do homem e do cidadão.

O terceiro estado estava dividido em partidos de acordo com os grupos sociais e os principais foram: os Jacobinos, representados pela pequena burguesia, classe média com apoio dos sans-culottes. E os Girondinos, representados pela grande burguesia. Deste modo os Jacobinos eram republicanos racionais e os Girondinos, republicanos moderados.
Mais tarde, o rei conspirou contra os revolucionários, tentando impor a volta do poder absolutista, ele tinha o apoio dos Girondinos, porém, não deu certo e o rei Luís XVI juntamente com sua esposa Josefina, foram decapitados em praça pública, já que quem estava no poder eram os Jacobinos. Nesta época, a França vivia em um clima de grande medo, pois os republicanos racionais estavam no poder. Sendo assim, muitos Girondinos foram decapitados, como também os nobres e o clero.

Os Jacobinos criaram uma constituição que favorecesse o povo, porém, depois de um tempo, a situação mudou e os Jacobinos perderam o seu poder entrado assim os Girondinos que criaram uma nova constituição, esta dizia que a França seria controlada pelo o diretório. Assim, a burguesia consolidava o seu poder, que mais tarde, com auxilio de Napoleão Bonaparte, acaba com a Revolução.
A revolução francesa perdurou de 1789 à 1799, gerando muitos impactos, pois esta finalizou a idade moderna, dando início á idade contemporânea. Com ela, a população teve seus direitos como cidadãos respeitados, assim como os trabalhadores tiveram mais condições de vida, a burguesia alcançou os seus objetivos e o poder absolutista da França acabou. Os burgueses foram os grandes controladores desse processo, passando a ser a classe social dominante.
A Revolução Francesa se torna, assim não apenas uma revolução que rompe o antigo regime na França, mas sim de toda a Europa. Os ideais da revolução, seguidos do pensamento iluminista, influenciaram vários países da Europa e também países de outros continentes a conquistarem sua independência. Passaram a enxergar o mundo de outra maneira.
Desse modo este marco influenciou não apenas na época de seu acontecimento, mas também os dias de hoje como citado na frase de Hobsbawm: “A Revolução Francesa é assim a revolução do seu tempo, e não apenas uma.”
Como citado por Hobsbawm, a Revolução Francesa ocasionou várias inspirações no decorrer do tempo, como muitas formas de organização que existem hoje em dia. Além disso, influenciou na forma política e também na vida econômica, dando maior espaço para o capitalismo, ou seja, produziu mudanças na sociedade que vivemos. Com isso, a Revolução Francesa mudou gerações espalhando seus ideais por todo o planeta.
Bom pessoal, a revolução francesa influência na vida da humanidade até hoje, ela foi uma grande propagadora dos ideais liberais. Com ela o povo teve mais autonomia, mudou uma nação e ainda muda!
Espero que tenham gostado do tema leitores e que ele tenha lhe ajudado, caso tiverem alguma dúvida a respeito, deixarei nas descrições mais sobre a revolução francesa e sua influência.
Thauzinho leitores, e até a próxima!

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Referências:

  




quinta-feira, 2 de julho de 2015

Comunidades Quilombolas

     Hoje vamos falar um pouco sobre as comunidades quilombolas! Tenho certeza que quando ouvimos dizer sobre esse assunto, a primeira coisa que nos vem á cabeça é o nome Zumbi, e ai vem toda aquela estória, sobre ele ser o quilombo mais importante ...entre outras. Mas antes disso precisamos saber de algumas coisinhas. Quem são os quilombos? Por que são chamados assim? Eles ainda existem? Como eram tratados e como são tratados atualmente? De onde vieram? Por quê?... Essas e mais dúvidas serão tiradas nos próximos parágrafos, vamos embarcar no mundo dos Quilombolas!
         Bom, para começar, voltaremos um pouco nos séculos XVI e XVIII. Nesse momento muitos de vocês devem ter se perguntado " é nesse período que acontecia os engenhos de cana-de-açúcar?". Sim, foi exatamente nesse período que a coroa portuguesa optou por plantar a cana-de-açúcar no Brasil, e esse processo foi um sucesso, gerando assim o enriquecimento do senhor de engenho. No começo, os portugueses usavam mão de obra indígena, mas havia um problema - eles não se adaptavam ás ordens do senhor de engenho - então a produtividade era baixa. Logo, para que essa produtividade aumentasse, a solução encontrada foi trazer os negros da África e escravizá-los.
   Sendo assim, as pessoas eram obrigadas a virem da África para o Brasil, a bordo dos navios negreiros, em péssimas condições de higiene e muitos morriam antes de chegar. Quem tentasse fugir poderia ser castigado com chibatadas, torturas até a morte e muitos faleciam até mesmo de tristeza por causa dos maus-tratos que sofriam. Os negros não eram torturados apenas na viagem de vinda, uma vez que, as torturas continuavam depois da chegada no Brasil, onde eram escravizados. Além do mais, havia também, a figura do capitão do mato, que tinha como função perseguir os negros que fugiam do engenho, e quando eram encontrados, os torturavam, muitas vezes até a morte.
    Muitos escravos que conseguiram fugir, fundaram algumas comunidades, onde viviam no temor de serem pegos, mas, acima de tudo,  ali se sentiam livres, pois nesse local podiam viver à sua maneira sem que ninguém os abrigasse a nada, ficando imunes a maus tratos. Essas comunidades situavam-se em locais bem escondidos, geralmente no meio das matas, os conhecidos quilombos. Uma das comunidades que mais se destacou foi o Quilombo de Palmares, situado em Alagoas, cujo líder foi Zumbi, o qual se tornou muito conhecido posteriormente por intervir em vários conflitos, lutando a favor da liberdade de seu povo. Essas comunidades cresceram bem mais na ocasião em que Pernambuco foi invadida pelos holandeses (1630), onde muitos dos senhores de engenho acabaram por abandonar suas terras. Este fato beneficiou a fuga de um grande número de escravos, que após fugirem, buscaram abrigo nas comunidades Quilombolas. Desse modo, nesse período, a comunidade que mais cresceu foi a de Quilombo de Palmares, uma vez que, abrigou um grande número de negros.
   Nessas comunidades Quilombolas, as pessoas se sentiam livres, e viviam conforme sua cultura africana. No período colonial, o Brasil chegou a ter centenas de Quilombos espalhados pelo País e hoje, a maior concentração dessas comunidades, se encontra nos estados de Minas Gerais, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso e outros.
    Os quilombolas, como eram conhecidas as pessoas que faziam parte do quilombo, costumavam pegar alimentos às escondidas nas plantações e nos engenhos das regiões próximas. Essa situação incomodava os habitantes dessas determinadas regiões, fazendo com que os quilombolas fossem combatidos tanto pelos Holandeses quanto pelos Pernambucanos. O Quilombo de Palmares foi derrotado nesse período, onde Zumbi foi morto.
    As comunidades que se localizavam mais afastadas desses locais conflituosos permaneceram ativas até mesmo após a abolição da escravatura, em 1888, dando origem as que perduram até os dias atuais, apesar de toda influência que sofrem, conhecidas como quilombos remanescentes. Grande parte delas estão situadas nas regiões Norte e Nordeste, sendo atualmente cerca de 1500 comunidades espalhadas por todo o Brasil.
    Atualmente, as comunidades remanescentes  são reconhecidas pela constituição brasileira, porém muitas leis não são seguidas. Em entrevistas feitas com os habitantes dessas comunidades, nota-se o descontentamento da população em relação ao governo. As pessoas que habitam essas comunidades ainda seguem tradições antigas e vivem a base da agricultura, não usam meio algum de tecnologia, ademais, tem suas crenças e culturas, mas se sentem ameaçados. 
    Quando houve a abolição da escravatura, as terras ocupadas por comunidades Quilombolas foram entregues às comunidades, como de direito, mas nos dias de hoje, esses territórios estão sendo tirados dessa população, obrigando-os a viver em outros locais, os quais não são muito favoráveis para que os quilombos pratiquem sua cultura, principalmente as técnicas de cultivo. Em meio à essa situação, na qual o governo obriga-os a deixarem seu território, existem promessas de melhoria na educação, na saúde, e também prometem o documento que deve ser dado a eles como direito para garantir que o território que ocupam são deles, mas essas promessas nunca são cumpridas.
      No que tange à questão das comunidades Quilombolas atuais, as pessoas estão insatisfeitas com o tratamento de saúde que lhes é oferecido, assim como a educação, entre outras questões. De acordo com eles, as escolas existentes dentro dessas comunidades só garantem o ensino fundamental, então, quem deseja cursar o ensino médio tem que sair da comunidade e ir morar em meio a outra população. Isso acaba preocupando os quilombos mais velhos, pois acreditam que isso poderá extinguir sua cultura, deixando de existir um dia as Comunidade Quilombolas.
      Vale ressaltar ainda que, tanto as comunidades quilombolas atuais quanto as primitivas estavam e estão empenhadas na busca pelo direito, o direito de ser igual à todos, de ser tratado como todo mundo é, sem exclusão. Eles buscam preservar sua cultura, sua união ali no meio, e procuram sempre ajudar os outros, e também ao meio ambiente. Além do mais, são artistas, fazem artesanatos que o mundo inteiro procura. Mas tudo isso é tradição, que veio passando de pai para filho, e eles só procuram o melhor, para que essa linda cultura não tenha fim. 
   E ai querido leitor? Gostou de saber um pouco mais sobre essas comunidades? As dúvidas foram solucionadas? Bom, esperamos ter ajudado. Se deseja saber mais sobre o conteúdo, basta um simples clique nessas palavrinhas coloridas, pois elas podem te levar a locais surpreendentes. Embarque nessa viagem e esclareça ainda mais suas dúvidas! Tchauzinho, até a próxima! 
Ah e lembrando que qualquer dúvida pode ser deixada nos comentários ♥
    

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Referências:

Disponível em: < http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/i_brasil.html >
< http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/i_oque.html >
< http://www.cpisp.org.br/comunidades/ >
< http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar/povosecomunidadestradicionais/quilombolas >
< http://www.palmares.gov.br/?tag=comunidades-quilombolas >